sábado, 29 de setembro de 2012

Bom dia!


E hoje eu resolvi falar das sutilezas da vida e das belezas do Mundo, como se nada ruim fosse capaz de me atingir. E não pode. Blindada contra mau olhado e vibrações negativas, meus desejos são de amor e luz a todos que me cercam e, de alguma forma, se vêem refletidos nesse novo jeito que encontrei de descobrir os caminhos que me esperam. Vai ver que nem vai fazer aquele sol esperado amanhã, mas ainda vai ter muita vontade de fazer as coisas raiarem mais bonitas e doces, só porque hoje eu acordei feliz. E felicidade, daquelas duradouras e merecidas, não depende do sorriso de ninguém. Aprendi a tecer as minhas vestes, a trilhar o meu caminho e escrever a minha história. Lembra da promessa feita, menina? Cair, de vez em quando. Desistir, jamais! Deus, quando te deu a missão, não te disse que seria fácil, mas apostou que você conseguiria.

(M.C.)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Incógnitas


Tenho tentado zelar por mim todos os dias, só para ter a certeza de que um de nós não esqueceu a promessa feita: cuidar um do outro. Você se foi e eu fiquei, tentando me apegar ao resto do perfume que ficou na roupa e às poucas lembranças que me libertavam do medo do escuro. Você foi embora e apagou as luzes, mesmo sabendo que eu tinha medo de não ter um pingo de esperança de te ver voltar e dizer que tudo não passou de uma brincadeira. Ainda é complicado sorrir e fingir que tudo está bem, quando alguém ainda ousa perguntar o porquê de não estarmos juntos. Vencida, mas não conformada, eu respondo que foi uma escolha tua. Você me culpou por saber demais o que eu queria e te sufocar, enquanto eu justifico a tua dificuldade em se posicionar, diante de qualquer coisa. Sobraram interrogações, mágoas e reticências onde eu quis imprimir coisas boas e bobas. Faltaram fins de semana, beijos e conversas pra tomar o lugar de todas essas lembranças que melhor seriam se não tivessem existido. Você poderia ter me presenteado com a invisibilidade e eu não teria que suportar o fato de te ver e não ter um abraço, um conforto ou uma certeza: mesmo que o dia fosse ruim, você seria o motivo do meu sorriso aliviado. Que sentença é essa? Teria, eu, nascido para viver sozinha ou você para nunca ser meu bem?

(Marílya Caroline)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Homens, idade e maturidade


Quem dera que idade avançada sempre fosse sinônimo de sabedoria. Por essas e outras, não aceito que me julguem pela pouca idade que tenho. Não troco os meus 18 anos pelos 20, 30 e poucos de muita gente, por saber que, embora muitos se curvem aos caprichos do tempo, poucos são os que suportam o peso da vida. Já não me surpreende o fato de que alguns até me conquistem, mas poucos me mantem interessada. Tem gente que até cativa pelo que fala, mas quase sempre decepciona pelo que é. Um homem não é um somatório de quantas tem ou de quantos litros de bebida põe sobre a mesa, embora muitos achem que sim. Homem, para mim, é quem pensa por si mesmo. Aquele que permite que o Mundo dite as regras de sua conduta não passa de um menino e estes, me desculpem, não conseguem se manter ao meu lado. Dizem que "quem é de verdade sabe quem é de mentira". Eu sei quem sou. Em algum momento, você já chegou à conclusão do que é ou do que os outros tem permitido que você seja? Entre os escombros da tua pseudo-masculinidade, já não repouso a minha calmaria.

(Marílya Caroline)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Como seria bom que você soubesse...


Hoje é um daqueles dias em que eu acordei querendo cólo. Não um qualquer... é o SEU! Queria deitar na tua perna e descansar dessa andança, tão desgastante. Queria te contar como foi o meu dia, mesmo que eu não te traga grandes novidades. Você sabe que não preciso delas, quando eu sei que tenho você. Queria passar horas e horas me produzindo só para você. Os elogios e olhares que recebo nunca serão como o sorrisinho bobo que você dá quando me vê. Silenciosamente, você diz "É tão linda a minha menina". E você sabe que eu retribuo. Você pode não saber, mas meu Mundo tem mais cor quando você olha na mesma direção que eu. Somos mais fortes quando nossas mãos se unem e eu encontro a paz que preciso quando você me liga, só para saber se acordei bem. Meus melhores sorrisos acontecem por meio de suas piadas sem graça. É com encantamento que eu vejo cada centímetro do teu corpo e me apaixono como se fosse a primeira vez. Ah, meu amor... Talvez se você soubesse de quantas renúncias é feito o meu amor, não se ausentasse tanto. Amor que te espera, te compreende e te aceita em cada volta tua. É para os teus braços que eu corro, em busca de abrigo. Ter você, durante a noite, faz valer o meu dia. Eu gosto do nosso silêncio, que diz muito mais do que nossas longas conversas. Eu gosto quando você também deita no meu cólo e me faz entender que o Mundo não é tão ruim quando estamos juntos e firmes. Seria para você quem eu contaria os meus problemas, mesmo que não estivesse buscando solução. Você já é a resposta que preciso. Eu queria poder te ligar e ouvir "Está tudo bem contigo?". Hoje, eu responderia que não, mas você sabe exatamente o que me faz mudar de ideia, de resposta e de humor. Você sorri e o Mundo se abre. Você me abraça e o tempo pára. Você me acolhe e eu tenho a certeza: se algo não está bem, teu amor me faz continuar.

(M.C.)

sábado, 22 de setembro de 2012


Cuidado com os homens que só te vêem como uma noite, para não dar-lhes o prestígio de fazer parte do seu dia!

(Marílya Caroline)

Ponto final



Te ver de novo me trouxe a confirmação do óbvio: eu mudei. Antes, ainda me agarrei à esperança de que nós ou simplesmente você tivesse deixado algo morrer. Não, não foi. O tempo foi matando aos poucos o que ninguém foi capaz de dar continuidade. Meu corpo, que antes estremecia, sequer sente algum arrepio quando entra em contato com o teu. Não perdi a sensibilidade, só perdi o interesse. E olha só, né?! Até o impossível aconteceu. Você veio acabar o inacabado e, de fato, eu precisava ter a certeza de que não havia nada adormecido. O amor, que contrário aos meus princípios eu ousei alimentar, morreu. E contra a morte não há soluções, apenas aceitar. Aceitar que o tempo nos trouxe novas rotinas, novos beijos, mas nenhuma química. Você veio confirmar alguma coisa e eu já tinha a minha certeza: nem mesmo você é capaz de ameaçar a minha geleira. Não é que te falte calor. O que não existe mais em mim é necessidade de me manter aquecida pelos braços que, de tanto se ausentarem, não fazem mais falta. Ao invés de reticências, ponto final. 

(Marílya Caroline)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Pra te fazer feliz



Lembro que te vi passar apressado. Pelas roupas, acho que você ia trabalhar. Vejo que pouca coisa mudou, na tua vida. Você continua tendo pressa em tudo e deixando muita coisa escapar. Entre elas, eu. Mas isso não vem ao caso, né?! Só me passou pela cabeça, enquanto eu te via de longe, expressando o mesmo ar de estresse. Você se dedica muito ao mundo e vive pouco. Lembra das minhas queixas? Pois é. Eu queria atenção e você queria praticidade. Falar de abraço sem hora ou beijo inesperado era demais para você. Carência minha, para ser mais exata. Não nego! Eu sempre fui excessivamente coração e você achou de ser a razão do nosso vínculo. Lembra dele, não é?! Tenho certeza que sim, nem que seja nos momentos de frio ou quando você não tem quem te esquente a comida ou o corpo. Não foi a saudade que me trouxe as lembranças, mas talvez um tal de hábito. Eu me habituei a falar de nós como se fôssemos plural, ignorando as minhas tentativas isoladas de fazer com que desse certo uma relação que, desde as raízes, nós sabíamos que não ia florescer. Você, eu acho. Eu sempre quis que desse certo, mas foi bom te conhecer, meu bem. Foi bom poder te ensinar a andar sozinho e a ver, no mesmo espelho em que você dá o nó na gravata, o menino que ainda mora em você. Era ele que eu gostava de acalentar e é da falta dele que ainda se fazem as minhas boas e nostálgicas lembranças, de um tempo em que pouco importava, além de nós dois. Você queria alcançar o Mundo. Eu queria te fazer feliz.

(Marílya Caroline)

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A um alguém qualquer...


Tenho escrito todos esses versos para você, que eu não sei o nome ou que semblante tem, porque sempre fui melhor com as palavras do que com os gestos. Acho que você sabe ou percebeu, em algum momento. Resolvi chamar de você por não querer invocar-te por "meu amor". Aprendi que o amor que eu zelo é por mim mesma e este me corresponde... me completa. Você é só uma brisa que toca o meu rosto, mas escapa pelas minhas mãos, entende? Percebes que não dá pra concretizar a nossa história? Ficamos entre os espaços que eu fui deixando, para que você, sutilmente, preenchesse. Faltou capacidade, interesse ou jeito? Tua resposta já não é tão importante quanto as perguntas que deixei de me fazer. Será que ele não me ama? Será que ele não existe? Será que ele não virá? Troquei tantas interrogações por algumas certezas. Ele foi por não ter tido tempo de me conhecer. Eu fiquei por ter certeza de quem eu sou.

(Marílya Caroline)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Recado da Blogueira

Amorecos,

Mais uma vez, venho agradecer o reconhecimento de vocês, que só tem expandido o blog e o orgulho da blogueira, aqui. No mais, venho deixar meu ASK. Me rendi à modinha, mesmo sendo contra a maioria delas, mas o tédio vem justificar, viu?! Tirem suas dúvidas e perguntem à vontade.

"Os outros são os outros e só..."




Eu sei que ainda é seu aquele jeito de me pegar de jeito. Ninguém, até hoje, me fez pensar e fazer besteiras, como se o julgamento do Mundo não importasse mais do que nós dois. E era verdade. É também verdade que, desde que você se foi, eu nunca mais pude ser plena e completa para alguém, porque nenhum outro descobriu o que você fez comigo, a ponto de assumir para todas as minhas amigas que um milagre havia acontecido: sim, eu estava apaixonada. Sinto falta da nossa rotina e, sendo como sou, você há de convir que isso não é normal. Nada entre nós foi normal, meu bem. Por você, eu quis me despir, literalmente... da minha roupa e dos trapos que cobriam o meu coração. Não sei o que você tinha e nunca me importei em saber. Entre nós, o que mais me encantava era esse mistério. Eu gostava de não saber quando você iria aparecer ou me ligar, mas sabia que você viria. Eu gostava de me descobrir uma boba, só por sorrir das suas piadas sem graça ou do jeito que você, mesmo sem jeito, me olhava. Eu sei que você não fez por mal. Eu sempre fui meio bloqueada, não é?! Sempre na defensiva, mesmo querendo te atacar e te dizer que te quero e fazer loucuras e agarrar no teu pescoço, sem previsão de soltar. Eu queria sentir de novo o teu cheiro bom e ter de volta a sensação que só você me trazia. Eu queria poder confiar em alguém a ponto de permitir que esse alguém invadisse a minha zona de conforto, mesmo que eu não perceba. Me entreguei tanto que acabei comparando todos os outros caras que eu conheci a você, querendo que alguém ainda partilhe da sua ousadia. Inútil. Você veio, deixou marcas e se foi com a certeza de que eu não conheceria ninguém igual. Ninguém tocou o meu rosto, penetrou a minha alma e me arrepiou a pele da forma que você fez. Mesmo depois de tanto tempo, ainda sou cativa das comparações. Não é só saudade, mas teimosia. Saudade ainda é uma palavra que me dá medo e, para mim, é sinônimo de fraqueza. Eu não quero lembrar dos nossos momentos como algo que possa ser repetido, pois não pode. Foi bom e passou, mas isso não me impede de lembrar da época em que algum homem me fez ter vontade de ter algo a mais. Só você sabia que esse "algo a mais" não tinha nada a ver com compromisso, status em redes sociais ou mãos dadas. Você sabia que o que havia entre nós transcendia as conveniências sociais. Eu fui sua e você foi meu, mas no tempo e do jeito necessários. Nunca gritamos, aos quatro ventos, que estávamos juntos. Eu e você sabíamos do nosso elo e isso bastava. Acho que o meu encantamento também tem muito disso: você soube me possuir, sem me impôr barreiras. Depois de você, como diz a velha música, "os outros são os outros e só". Até aceito que você tenha ido embora, mas torci muito para que, antes disso, você tivesse deixado com alguém o manual de como me fazer mulher...

(Marílya Caroline)

Carta ao tempo


Nunca pensei que você me deixaria sem respostas, ainda mais sem perguntas. Passei a viver do conformismo, esperando pouco do que a vida pode me proporcionar. Há quem chame de pessimismo, revolta ou qualquer coisa do tipo. Quem, externo ao meu Mundo, poderia julgar os motivos que me levam a esboçar tais coisas? Ninguém. Tô cansada de esperar que você me surpreenda ou me traga motivos doces e bobos para sorrir, em meio à tanta bagunça. Estou exausta de criar expectativas e ter que me desfazer delas, porque você não foi capaz de cumpri-las. Na verdade, nunca esperei muito de você. Uma surpresa, uma novidade e um novo alguém me bastariam, mas não bastam mais. Cansei de aceitar coisas pequenas para preencher o grande espaço que havia em mim. Tanto tempo "sozinha" me deixou mais exigente. Não é qualquer amador que faz serviço de profissional. Se faz, não me surpreende. E foi isso que você me mostrou, tempo. É de você que eu não espero grandes coisas, a não ser aquelas que virão do meu esforço. Ou a vida se tornou amarga demais ou eu perdi o gosto doce da boca, que já não se contenta em ser tocada por qualquer um. Ou faz bem feito ou não faz

(Marílya Caroline)

domingo, 16 de setembro de 2012

ESPAÇO EXTERNO


"Homem tem medo de mulher independente! Pior ainda: Homem tem medo de mulher que BOMBA! Aí que o cara conhece uma gata, linda e com estilo nada convencional de se vestir, bebe tanto quanto ele. Se ele não quiser sair, ela sai só com as amigas, topa qualquer saída. Não tem tempo ruim, banca suas coisas. Se tiver meio sem grana, se diverte como dá. Se tiver bem de dinheiro, pode até pagar pras amigas. Conversa com todo mundo, conhece muita gente. Falando assim, parece bem divertido ficar com uma mulher dessa… E é! O PROBLEMA É QUE GRANDE PARTE DOS HOMENS NÃO SEGURA A ONDA DE UMA MULHER PAU-A-PAU COM ELES, aí eles namoram a Sandy. A Sandy é fácil de namorar! Ela sai, mas não dança até o chão, ela não bebe. Nada de decotes ou mini saias. Se o namorado não quiser, ela não sai. Ficam em casa, assistindo comédias românticas. Mas quer saber? Mulher que bomba dispensa homem sem coragem! Mulher de verdade assusta. Uma grande mulher não precisa de homem para se destacar, mas para ser um grande homem com certeza precisa-se de uma GRANDE MULHER"

(Tati Bernardi)

ACEEEITA, PAPAI!

sábado, 15 de setembro de 2012

Segue o teu caminho!


Eu não me surpreendo mais com as tuas palavras, tampouco com a ausência delas. Já me acostumei com os teus apelos, sem sentido e efeito, me pedindo para tentar mais uma vez. Em que parte do pedido consta o teu esforço? O nosso "nós" sempre foi mais meu do que seu. Eu sempre amei por nós dois, enquanto você se preocupava com detalhes mínimos. Eu quem engoli o orgulho e o medo de me entregar, para que você pudesse brincar de gostar de alguém. Eu levei a sério. Quis fazer parte do teu mundo e consertar a tua bagunça, deixando de lado a minha, como se eu não fosse mais importante do que você ou nós dois. Abri mão de uma gama de oportunidades para ser a sua namorada e você me parece ter brincado de boneca, enquanto o seu carrinho estava quebrado. Como nunca teve jeito e delicadeza, jogou fora, assim que achou conveniente. Me esforço para entender o que você lucrou disso tudo. Se era para brincar, que escolhesse outra. Você me conhecia e não tinha o direito de me fazer de tola. Você pode ter jogado fora as chances que eu te dei, não te construir uma história, mas de te fazer melhor do que eu te conheci. Se te encontro, na rua ou por acaso, vejo que você não mudou. Teu semblante ainda é daquele menino que não sabe cuidar do que tem e, por não saber cuidar bem nem de si mesmo, vai deixando as coisas no caminho. Não sei se é incapacidade de reparar as perdas ou medo de olhar para trás. Pensei que você ia balançar as minhas pernas, mas eu não vi homem para isso. Quando a paixão tira a viseira que nos cega, a realidade nos põe contra a parede. Ela me mostrou o óbvio: mesmo estando com você, você nunca conseguiu ser só meu. O Mundo pode te acolher, mesmo que em braços gelados, mas os meus você não tem mais.

(Marílya Caroline)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Se felicidade fosse um verbo


Tá mais fácil acreditar em horóscopo e intuição do que nas palavras de quem não aprendeu o que é ação. Nunca gostei do que é morno, assim como procurar metade em alguém que não é capaz de ser completo nunca foi meu hobby. Eu gosto de quem me oferece o exagero e a intensidade. Eu perco o interesse fácil por quem não me faz pulsar de emoção. Talvez isso responda aos insistentes questionamentos sobre a minha vida afetiva. Não existem espaços, mas sobram candidatos ao cargo que eu já tomei como minha responsabilidade. Se felicidade fosse um verbo, eu o conjugaria em primeira pessoa.

(Marílya Caroline)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

É só dizer que sim!


Quero você do meu lado, não ocupando espaço ou fazendo sombra, mas me tirando desse tédio e da descrença que me impede de ver o mundo mais colorido. Não sei porquê, mas você tem o dom de fazer colorir até os dias mais cinzas, em que eu não tenho nenhuma perspectiva de vida que não seja deixar rolar. Que role, mas que seja com você. Que você venha me roubando um beijo e me tirando a calma. Que você saiba silenciar, de vez em quando, só para que os batimentos do nosso coração sejam mais fortes que os barulhos do Mundo. Venha, meu amor, me fazer entender que ainda dá para ter fé na vida. Você sabe que eu até tenho, mas não sei bem como usar. Você também conhece o meu orgulho, mas por você eu me desarmo, sem medo de que você tome proveito da minha fragilidade e me torne mais sua do que eu já sou. Eu sempre fui tão fria ou, se não fui, tenho tentado ser. Eu sei do meu papel de indiferente e dos inúmeros trajes de desapegada que abarrotam o meu closet, mas eu me desfaço de todos eles se você tomar atitude. É tão fácil, meu bem. Você me diz que sim e eu te digo para sempre, mesmo que, nesse mundo de inúmeras incertezas e poucas convicções, eu ainda não tenha certeza do que isso significa...

(Marílya Caroline)

domingo, 9 de setembro de 2012

Estou melhor sem você


Penso que tudo poderia ser diferente. Eu poderia te olhar, todos os dias, como quem não queria ver outra pessoa no Mundo e você poderia atender as minhas ligações como se não pudesse ouvir outra melodia a não ser a minha voz, mas não foi. Não sei se você percebeu, mas eu não sei viver de quases. Se percebeu, deve ter sido por isso que você embora, antes que os nossos vínculos criassem raízes e tudo fugisse ao meu controle. Antes você ter ido embora, do que eu. Vivemos em Mundos diferentes. Você do não saber o que quer e eu por saber tanto que aceito você ir embora, sem mágoas ou nós na garganta. Tudo o que deveria ter sido dito, foi. Tudo o que vivemos foi bom e eu seria uma menina, iguais às que você coleciona, se não admitisse que valeu a pena. Valeu sim. Você mostrou que não era eu e eu, no fundo, sempre soube que ainda não era você. Te ver distante é perceber, com os olhos bem abertos, que você sempre esteve lá, ausente e indiferente. Como sentir falta do que não fez questão de que eu sentisse isso? Fomos breves em tudo. Você, por chegar rápido e ir embora mais ainda e eu por constatar de que nossa soma nunca resultaria em um par. Ou você não cabia na minha vida ou eu descobri que não deixei espaços para que você preenchesse com o pouco que tu tinhas a me dar. Não aceito esmolas de quem é mais pobre que eu. Não sou menos mulher por ter um homem menor ao meu lado e você sentiu isso. Você viu que a carga era explosiva e tratou de pular fora. Eu poderia chorar e derramar meu pranto pela tua partida, mas preferi me maquiar e ver você dar adeus a quem poderia te fazer feliz. Que bom que você me dispensou dessa responsabilidade. Entre nós dois, quem merece ser mais feliz sou eu. Amor sempre teve de sobra. O que você não soube aproveitar, eu canalizei pra mim.

(M.C.)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

So(fria)


Eu temia que isso acontecesse, mas já não era tempo de alimentar um medo. É tempo de reconhecer. Eu tinha medo de olhar para o Mundo e não enxergar, a curto prazo e pequenas distâncias, alguém que me roubasse todas essas certezas amargas, conquistadas através de boas doses de decepção. Eu tinha medo de não conseguir acreditar mais na palavra alheia, ainda que isso significasse correr riscos. Eu sinto falta da vontade de me aventurar. Não sei se o Mundo parou ou eu simplesmente estacionei nele, sem vontade de avançar o sinal. Houve um tempo em que me davam prazer até as multas. Eu temia não me alegrar com um rostinho bonito ou não esperar mais nada de ninguém. Eu tinha pavor de ficar sozinha, ainda que eu soubesse que não poderia estar com alguém melhor do que eu mesma. Eu tive medo de secar, em meio a tanta gente que se gaba por sonhar, sem temer cair. Eu tinha medo de que um homem qualquer não me arrancasse um sorriso bobo, nem que fosse de piada. Eu tinha medo de não ter fé nas pessoas e ainda mais de não poder acreditar que de mim pudesse sair algum sinal de fogo, indicando que a esperança não estava perdida. Nem fogo, nem fumaça. Ou as coisas se tornaram muito reais ou eu desaprendi a fantasiar. Tudo ficou tão confuso que eu já não sei se é preguiça de conhecer gente nova ou desânimo pelas antigas não terem me despertado entusiasmo. Eu vou vivendo, em banho maria. As coisas, que antes borbulhavam, parecem ter esfriado lentamente. Nesse mesmo compasso, esfriou o meu coração. Já não era medo. A indiferença virou constatação.

(Marílya Caroline)

ESPAÇO EXTERNO



"Eu vinha crente que não precisava mais disso. Disso: caneta, papel, calmante e pijama. Dancei muitas músicas e ri de mim mesma. Aquela que se repete. Eu. Eu mesma: corpo e cabeça cheia de cabelos. Meu cérebro está empapado, do tamanho de uma barata. Quando vou ao banheiro e olho-me no espelho. Quase acredito ser uma boa atriz. É tudo mentira! Um batom, um perfume e vestidos me levariam ao shopping. A um bar. A um beijo. O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente. O problema é que sou tola e carente, mas não me deixo enganar, se eu pudesse pedir um só pedido seria: pára! Pára esse carro em minha cabeça! Quero descer, estacionar, bater num poste. Não mais delirar, nem sentir no corpo esse seguir sem descanso, atrás de sutilezas que não podem ser descritas..."

(Fernanda Young)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Vulneravelmente, te peço...


Talvez você não saiba quão difícil é pra mim reconhecer que eu preciso de um abraço teu, mas hoje eu queria que você viesse despido de todo esse orgulho e achismos bobos que nos impedem de sermos, um para o outro, o que nunca fomos para alguém. É incrível como a gente se encaixa, apesar de todos os abismos que nos cercam e nos mostram, a todo tempo, o perigo que nos ronda. Você também não sabe, mas eu morro de medo de cair. Não é medo de altura, mas talvez uma pavor de profundidade. Eu tenho medo de me aprofundar demais no que não me oferece certeza e, por essas e outras, já conheci muitos e nunca pude ser de ninguém. Silenciosamente, hoje eu queria que fosse você, mesmo que o relógio seja contra nós dois e a distância dos nossos corpos e mentes me exija cautela. A dama de ferro deixou de lado os escudos e resolveu se abrir para você, mas te peço: não conte a ninguém. Eu preciso honrar o que eu digo. Senão para os outros, que seja pra mim. Não permita que eu ouça o que estou dizendo. Eu tenho medo de perder a fé, de vez, nas pessoas, mas não da mesma forma que eu tenho de perder a crença em mim. Confesso que isso está cada vez mais acontecendo. Me toque. Me beije. Me envolva. Faça tudo da forma como nunca fizeram comigo. Apesar de odiar, hoje eu quero ser contrariada. Eu quero que você me prove que eu estive errada e que, por ironia do destino ou presente do acaso, algum mortal ainda pode me fazer balançar. Eu, que sempre me orgulhei de ser tão forte, te peço que abale, não só as minhas estruturas, mas essa camada oca que está tomando conta de tudo que é tão intenso e quase ninguém acredita. O Mundo por aí a fora tem me feito máquina. Hoje, eu queria que você me fizesse mais humana.

(M.C.)

sábado, 1 de setembro de 2012


Não admito que a sociedade que clama por direitos iguais ainda julgue pela aparência. Teoricamente, todas as barreiras foram derrubadas. Não existem mais proibições e isso está nítido, para quem quiser ver. O que eu não entendo é que ainda julgamos as pessoas pelo que elas fazem. O problema de ter que dar satisfação ao Mundo nasce do fato de você não saber quem você é. Consciente da sua essência, você descartará a visão externa. Quem precisa de aprovação? A época em que as mulheres eram submissas e passivas já abriu espaço para que nós pensemos e não nos conformemos com os rótulos e com o que pode ou não ser feito. Mulheres que calam nunca superarão as que lutam. Valores, moral e caráter não são a roupa que você veste, o local que você frequenta e tampouco as pessoas com quem você anda. O que faz de você uma pessoa de valor ou não é quem você é, distante de tudo isso. O problema é que tem muita gente para falar e pouquíssimas aptas a fazer. Eu quero o contrário. Eu quero quem me prove em que momento da vida o que especularam a meu respeito me roubou uma noite de sono, muito menos a certeza de que quem eu sou é e sempre será maior do que os outros acham que eu seja. Quando a estrutura é firme e a base é sólida, não é qualquer vento que derruba. Eu só balanço para você ter a sensação que me venceu e, mais um vez, mostrar que quem sabe de mim sou eu. 

(Marílya Caroline)

Sempre fui a favor da delicadeza, do respeito e da educação. Acredito que quando alguém tenta de alguma forma nos atingir, a resposta esperada é uma reação do mesmo nível. Não costumo "descer do salto" por qualquer coisa. Há certos valores que são intrínsecos e que, por mais que ousem rompê-los, permanecem me guiando. Penso que não combino no papel de barraqueira, tampouco de protagonista de vexames. Quem perderia mais do que eu? Quem me fere com um punhal, eu retribuo com um sorriso. Afinal, a gente só dá aquilo que tem.

(M.C.)