segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nosso "para sempre"


Fechei os olhos e vi um futuro bonito pra nós dois. Vi todas as coisas que nós poderíamos ter sido e não fomos. De repente, vi nossos filhos crescidos e nossos netos chegando. Vi que ainda éramos felizes, apenas do tempo ter levado a nossa juventude. Restou um amor que eu comecei a nutrir quando te vi. Vi o mesmo encanto que tomou conta dos meus olhos quando você, meio sem jeito, me olhou como quem diz: vem comigo! E eu fui. Fui, sem medo de olhar pra trás e me dar conta que ainda havia medo. Fiz as malas e parti contigo, sem perguntar pra onde, nem até quando. Eu sabia que seria bonito e sem prazo de validade. Dividiríamos as contas, o aperto e todas essas coisas que os casais comuns fazem. Abraçaríamos um ao outro, sempre que as palavras não estivessem ensaiadas ou quando o frio quisesse castigar, sem dó da nossa falta de agasalho. Eu te diria que tudo iria ficar bem e você acreditaria ou fingiria que eu consegui te tranquilizar. Ai você me beijaria e, mais uma vez, eu esqueceria da panela, no fogão e de todos os medos que eu já mencionei aqui. Eu e você éramos perfeitos, na nossa imperfeição. Imaginei a nossa casa amarela e não sei bem o porquê da cor, mas era. Vi nossos cabelos brancos e um monte de fotos indicando que nós fomos e ainda seríamos muito felizes. Eu vi você dizer que me ama, como se não lembrasse que havia dito isso, há cinco minutos. Não era falha de memória. Você sempre foi bom em me fazer lembrar o que eu nunca esqueceria. Você sempre foi o melhor em me fazer mulher, mãe, vó e amiga. Eu e você éramos, de fato, como os casais dos comerciais, só que com mais realismo e muito mais amor. Eu e você éramos os dias nublados e os mais ensolarados. Se o tempo não tivesse passado e eu não tivesse acordado, ficaria imaginando, até perder a hora, como nós poderíamos ter sido mais felizes se não fôssemos tão apressados. Se não fôssemos tão inseguros e imaturos nisso de gostar de alguém, cobrando mais do que ofertando e boicotando toda e qualquer chance de sermos felizes. Eu e você ainda faríamos muitos planos, mesmo que poucos se concretizassem. Pensaríamos em abrir um negócio juntos, em adotar um filho ou comprar um cachorro. Você iria me chamar umas mil vezes de linda e eu iria ficar vermelha, em todas elas. Eu iria sorrir e dizer que te amo em cada olhar direcionado ao teu rosto de menino. Eu iria, todos os dias, fazer uma prece para que tudo desse certo e pedir para que você colaborasse com isso. Eu ainda iria te pedir pra ficar, umas mil vezes, pelo menos, antes de você querer ir embora e você consideraria meu medo de te perder, certo da falta que eu também te faria. Você iria voltar do trabalho cansado e eu te faria massagem. Você iria ficar triste e eu arrancaria aquele teu sorriso empoeirado. Eu ia esquecer de ser feliz e você iria me lembrar como já fomos e seremos. Seríamos imbatíveis. Seríamos, acima de tudo, reais, apaixonados e felizes.

(Marílya Caroline)

[Fictício, ok?!]

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