terça-feira, 29 de outubro de 2013


Quando falta paciência e tempo para que a gente possa sair por aí, pedindo pros outros serem mais verdadeiros e sinceros uns com os outros, o que a gente pode fazer é dar exemplo... Dar o primeiro passo. Por mais que muitos não sigam e até debochem da tua vontade de fazer diferente, eles não conseguirão tirar o mérito de você ter tido coragem de fazê-lo. Num mundo de gente "igual", pequena e sem caráter, teu gesto não se perde. Quem se perde é quem oferece mentiras, por só ter isso dentro de si para ofertar.

(Marílya Caroline)

Oração


Eu quero que você acredite no amanhã. Quero que, todos os dias, você tenha forças para cumprir as promessas do dia anterior. Eu quero que você cresça, alcance o sucesso, mas nunca esqueça que humildade é a base de tudo. Quero que você agradeça o que tem e lute pelo que quer conseguir. Quero que se sinta feliz pelo que construiu e encontre motivação para prosseguir construindo. Eu quero que você não se deixe levar pelos maus exemplos que presenciou, nem se corrompa pelos golpes que te deram. Quero que você saiba que existe a lei do retorno e da vida pra todas as coisas que você fizer, sejam boas ou ruins. Eu quero que você sirva de exemplo pra alguém e que seus pais se orgulhem de quem tu és. Quero que o dinheiro seja importante pra você, mas não o essencial. Quero que tenha poucos e bons amigos, que confie em poucos e consiga amar verdadeiramente alguns. Quero que você saiba fazer escolhas certas, sobretudo no amor. Não se perca, nem durante o caminho nem de quem tu és. Que você viva sem medo, sem sombras e sem amarras. Quero que você tenha caráter... Coisa que muita gente não sabe o que é. Coisa que muita gente não tem!

(Marílya Caroline)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O dia em que eu mais te amei


O dia em que eu mais te amei foi o dia em que eu te deixei ir embora. Amar é, sobretudo, isso de entender que o outro merece mais do que a gente tem pra oferecer. É não negar a chance de ser feliz a alguém que a gente só faria sofrer. O dia em que eu mais te amei foi quando eu te mostrei que você precisava cruzar a porta e encontrar alguém melhor que eu sei. Mas eu sei... Eu sei que você nunca entendeu.

(Marílya Caroline)

Se permita, meu amor. Se permita!
Ninguém vai lhe devolver as oportunidades que você perdeu. Nem mesmo as pessoas que você mais amou. 

(Marílya Caroline)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Eu, depois de você


Achei que você deveria saber que eu não sou mais a menina que ri de tudo e que acha tudo bonito. Hoje, acordei diferente. Bateu aquela preguiça de me contentar com migalhas e não deu vontade de sair da cama pra buscar coisa alguma que me fizesse lembrar nós dois. O impossível, olha só, aconteceu... E eu me vi mais minha do que sua, coisa que nunca mais tinha acontecido, desde que você cismou de bater os olhos em mim e eu fiz a besteira de repousar os meus em você. Somos afiados, escorregadios e perigosos. Você tem uma semelhança comigo que chega a ser doentia. Gostava disso de ter pernas tremendo e mãos suando. Amava o teu jeito de injetar doses de adrenalina na minha veia, sem que eu sentisse nem ao menos a picada. Você foi bom demais na arte de me fazer feliz por uns meses, até que esqueceu disso. Não. Não espero respostas ou recomeços. Engoli as minhas verdades até que cuspi-las na tua cara fosse inevitável e, meu bem, você cedeu. Cedeu ao convite tentador do clichê que os outros me ofereceram. Bebeu na mesma fonte que os incontáveis caras banais que eu conheci e conhecerei por aí, mesmo que eu não queira. De uma hora pra outra, deixou de ser surpresa pra ser hábito e a receita do que era pra ser imperfeito-na-imperfeição desandou. Eu e você fomos falhos, fracos e não quisemos mais insistir em nada. Desistir sempre foi o nosso maior medo e acabou sendo nossa primeira escolha, como se a gente tivesse mais receio de dar certo do que de dar errado. Você perdeu a única chance que eu [me] dei de ser diferente e eu perdi o cara que, nas minhas melhores fantasias, poderia ter me feito melhor do que eu sou. Achei que você deveria saber que eu já não vivo os nossos planos, não sorrio com tuas piadas e já esboço aquele jeito todo meu de fingir não sentir nada, até que não fosse mais preciso. E não é mais. Essa desistência toda e a falta de jeito com reticências me deixou seca e a ironia voltou a ser minha melhor amiga. Não sou mais tua, nem nossa, mas estou bem. Mais Marílya do que nunca. Desapegada e impermeável.

(Marílya Caroline)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Carapuça tamanho único


Aprendi à força que se expôr, no facebook ou em qualquer outra rede social, é bem mais do que postar fotos ou informar o seu status. Se expôr é deixar sua intimidade nas mãos de quem não te conhece, mas acha que pode te julgar. Não aprendi isso rápido, mas é uma das lições que eu aconselharia todo mundo a aprender e nunca mais esquecer. Tem muita gente sem coração por aí, mesmo que digam que não se pode viver sem um. Pode sim! Tem gente que passa pela sua vida e acha que pode te julgar por tão pouco ou por um recorte pequeno de tempo em que esteve contigo. Tem gente com dedos a mais para apontar e pouca consciência para se aceitar indigno de fazer isso. Quem é melhor do que quem? Quem errou menos? Quem sabe mais? Não sei. O que eu sei é que, enquanto milhares de pessoas ousam falar de mim por saberem meu nome e poucas coisas a meu respeito, as que realmente me conhecem não se importam. Sempre haverá muita gente pra falar, invejar ou denegrir você. Poucos serão os que chegarão para te dar exemplo ou te fazer melhor do que tu és. Não são palavras que me ofendem. O que mais me dói é saber que, enquanto vejo umas escolhas erradas como aprendizado e, mesmo assim, torço para ter ensinado algo a quem passou por mim e pela minha vida, tem gente que ainda se vê na obrigação de me atingir com meia dúzia de palavras ensaiadas. Enquanto da tua boca saem inverdades, do meu coração sai o perdão. O aprendizado, meu bem, só com a vida e um deles é que mandar indiretas ou fazer desabafos é, no mínimo, incapacidade de aceitar a devolução das tuas mentiras. Eu poderia dar qualquer outra resposta, mas ofereço o espelho: as verdades que tu negas ao Mundo não te blindam de ver o que tu és. Esse é o meu consolo.

(Marílya Caroline)

P.S: Eu sei que você lê.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Aviso prévio



"Deixa eu te dizer uma coisa: não se apega!". Sempre esqueço de deixar esse recado, em letras garrafais, para que as pessoas não esqueçam de ler, antes de me conhecer. Sempre carrego o fardo de não ter dito isso ou deixado que subentendessem, em muitas das minhas fugas e corridas em círculo. Sou beco sem saída e poço sem fundo. Desses bem escuros, sabe?! E tenho a péssima mania de não transparecer isso da forma como eu gostaria. Aí as pessoas aparecem, eu coloco pra fora toda aquela minha vontade cor-de-rosa de querer me apegar também e acabo caindo na tentação de deixar que me atribuam o papel da boa moça, que se apaixona fácil e se derrete mais que manteiga ou coisa do tipo. Me veja além das máscaras e me conheça além dos dias de carência, para começar a entender o aviso inicial. Não digo isso por não gostar de você, muito pelo contrário. Aviso prévio eu só dou a quem eu não quero que se decepcione. Os outros, meu bem, são só os outros, como diria a letra de alguma música qualquer. Não sei ser tua a ponto de deixar, por um instante, de ser minha. Minha liberdade é bebida que eu só sei degustar sozinha, como aquele vinho que a gente guarda, na adega, como se fosse joia rara. E é. Antes que você chame de egoísmo, conheça meus motivos ou abandone minhas inconstâncias. Leia todas as pistas que eu dou e se perca de mim, antes que você me deixe culpada por ter sido o que eu não sou ou por você entendido algo assim. Contos de fadas não me seduzem, não acho que sexo tem que ter amor e odeio cor de rosa. Tenho uma língua afiada e um jeito de ser livre que contraria toda a projeção que você possa ter de mim. Não sou a menina romântica dos vestidos de babados e dos poemas de amor. Não sou a mulher que pensa em filhos e conjugo todos os meus verbos em primeira pessoa. Eu só me dou bem sozinha. Não sei pensar em "pra sempre" e não procuro metades, desesperadamente, por aí. Se você me conhece, provavelmente, vai entender. Se você não conhece, ainda dá tempo. Você pode gostar de mim. Pode gostar muito, se quiser, mas eu não recomendo. 

(M.C.)