domingo, 31 de agosto de 2014

Sobre a mudança e o medo de mudar

Mudar é essencial, mas nem sempre a gente sabe por onde começar. Talvez invertendo a posição de algumas coisas, em nossa vida, ou mudando completamente o estilo. Há quem ache mais fácil reorganizar o que há por fora, mas também quem não se desfaça de alguns centímetros de cabelo. Há quem prefere começar organizando a bagunça que há por dentro, mas se perde entre tantas coisas que precisam ser reajustadas. A verdade é que a gente não sabe o que podar... Não aprendeu a se desfazer de um ou outro hábito antigo, que nos impulsiona a cometer velhos erros, ao invés de cometer novos. Talvez a gente até queira, mas encontre, na falta de tempo. a desculpa perfeita para deixar para depois. Há quem responsabilize a preguiça e a falta de jeito. Há quem diga que não tem criatividade ou dom de combinar as coisas do jeito certo e há simplesmente os que reconhecem todas essas desculpas, mas preferem viver na bagunça, entre as mil coisas que precisam ser descartadas, para que outras tomem o lugar. Há quem veja, na poeira da vida, um bom local para armazenar velhos sonhos e antigas lembranças. Há quem ache mesmo que o passado é moradia e não se permita olhar para fora... Vislumbrar o novo e as possibilidades que nos são dadas. Há quem queira a mudança, mas não se permita mudar. E existe você, que não sabe bem onde se encaixar.

(M.C.)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Por dias melhores


Nos cobram leveza, mas não passam a limpo a lição de casa. Viver deveria ser mais fácil ou nós deveríamos ser mais fortes? Não se sabe ao certo. O que se tem certeza, desde sempre, é que caminhamos para o fracasso, todas as vezes em que esperamos que os outros ajam como nós ou que deixem seus sonhos para colaborar com os nossos. Cobramos a educação que nos foi dada, mas esquecemos que os outros não foram criados no mesmo berço que nós, no sentido metafórico da coisa. E é aí que a vida congestiona. Esquecemos ou não aprendemos a dar passos largos, por estarmos sempre esperando que o outro nos dê a mão... Tá faltando leveza, repito, mas o mundo vem mendigando mesmo é coragem. Coragem de ser e agir, mesmo que os outros não colaborem... Mesmo que ninguém acredite que uma pequena contribuição, ainda que acanhada, pode mudar o mundo ou suavizar um pouco a rigidez dos nossos dias. Fazer a diferença é tarefa coletiva, mas o esforço precisa ser individual.

(Marílya Caroline)

Nunca deixe para depois


Tudo começa a fazer sentido justamente quando nada faz sentido. Você percebe que pode ser mais e que a vida, todos os dias, te oferece inúmeras possibilidades. Ter o bastante já não é tudo, mesmo que os outros não entendam ou acompanhem a nossa pressa. Você acorda e não apenas levanta. E é aí que aquele tempo perdido passa a ser voltado só ao que acrescenta e mais nada. Percebe-se que o cansaço da rotina é muito mais o hábito de carregar pesos desnecessários do que falta de motivação. Perdi tempo e vida adiando decisões e sufocando palavras. Foi aí que derrubei os muros e construí pontes. Ninguém iria me salvar, nem me assegurar que haveria alguma garantia para passar a limpo a vida que eu escrevia como rascunho. Algumas chances perdidas te ensinam que não existem segundas. É preciso perder muito para dar valor ao que se ganha. A vida não permite ensaios. Ninguém vai poder escolher por você, nem te fazer entender que melhor que sofrer com a dor é ouvir o que ela tem a dizer: nunca deixe para depois!

(Marílya Caroline)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Constatações


Tive medo que chegasse esse dia e eu não pudesse te dizer mais nada. Não por não querer ou conseguir, mas porque não há mais nada a ser dito. Nada. Dizem que esse é o triste fim dos que insistem em esticar a corda até romper, enquanto outros insistem em justificar os desencontros da vida com aquele clichê de que "o que é pra ser, tem muita força". Fico me perguntando onde perdemos a nossa. Temi que houvesse o dia em que meus olhos não cintilassem ao te ver ou que você se tornasse tão clichê que não houvesse mais nada novo a ser dito. Paguei o aluguel dos ouvidos alheios e não enchi a paciência de nenhum dos amigos falando como nós dois éramos invencíveis e o quanto a vida tinha se enchido de cor e sentido, quando te conheci. Agora, uso o hábito para justificar essa vontade quase sem força que eu tenho, às vezes, de pensar que ainda dá certo. Essa mania de remendar um "nós" que, há muito tempo, se resumiu a dois "eu's", mais egoístas, travados e covardes. Fomos cada um para um lado e, olha só, eu não sei qual o teu. Não sei quando, como e porquê nos afastamos tanto a ponto de não nos encontrarmos mais, nem quando o tédio insiste em tomar conta de qualquer plano que eu faça. Não sei se você trouxe cor à minha vida, mas acinzentou muito dela quando foi embora. Me deixou meio descrente dessa coisa de investir tanto no incerto, numa tentativa quase inconsequente de fazer com que vigore. Não sei mais se eu perdi essa vontade ou se aprendi contigo que a gente tem que pensar mais e sentir (ou demonstrar) menos, mas não tem sido fácil. E o pior é constatar que nada disso é porquê você se foi, mas pela certeza de que não sou mais aquela que coloria sonhos e fazia planos. Não vale a pena se empenhar tanto, só para não esbarrar no desafio de estar sozinha, mesmo cercada de tanta gente. Não vale a pena perder tempo, nem jogar fora uma vida. Você não foi tão devastador quanto os meus amores juvenis e imaturos, mas me deixou tão madura ao ponto de saber que pouco não me serve. E é isso que não faz mais sentido.

(Marílya Caroline)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Revolucione-se!


Me peguei pensando que a maioria das solucões que eu esperava não estava em resoluções externas, mas na aceitação de que sou a responsável por mudar tudo aquilo que me incomoda e por buscar o "sim" que a vida me apresentou como "talvez". Não depende do dia amanhecer ensolarado ou da sorte sorrir para mim. Depende da minha decisão de fazer o que me cerca melhor ou, quando não me for permitido, enxergar com bons olhos o que a vida me impôr, exigindo aceitação. O que eu esperava não era mágica, nem estava na previsão do horóscopo. Ninguém leu a minha mão ou me fez enxergar, em algum texto de auto-ajuda, apenas o que eu queria ler. Mudança, meu amigo, é uma revolução que começa e termina em você. Quando a vida não for muito gentil, é sinal que alguma coisa você tem que aprender.  

(Marílya Caroline)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A pedra pesa menos que a consciência


Ter um posicionamento crítico, em um universo de pessoas treinadas para curtir apenas o que está entre aspas parece mesmo revolucionário. Ter uma ideia que rema contra a maré dos que insistem em apenas balançar a cabeça, como se concordassem com tudo, nos torna alvo de flechas e pedras. Pensar diferente parece ofensa e, mesmo que ainda não saibamos defender nossos ideais, sempre estamos prontos para atacar o "corajoso" que, ao invés de conformar-se com um "eu também", grita que não concorda. Muitas vezes, a crítica que fazemos é por reconhecer que ainda existem pessoas que não temem a exposição e isso incomoda. Até onde eu sei, não existe decreto que nos obrigue a pensar igual. Quem é mesmo o dono da verdade? Quais os conceitos e critérios mais cabíveis e imutáveis? Quem nos deu o direito de apedrejar quem se mostra, diferente de quem opta por esconderijos? Reconheçamos que, conscientemente ou não, elegemos nossos alvos por critérios inconsistentes. Podemos até mesmo querer hastear a mesma bandeira, usar os mesmos termos ou defender as mesmas ideias, mas é infinitamente mais cômodo estar do lado de cá. A pedra pesa menos que a consciência. 

(Marílya Caroline)

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014


Chega um dia em que você aprende que dizer NÃO para determinadas coisas é uma das maiores economias de tempo que há. Sobra mais vida para você dizer sim ao que realmente vale a pena.

(Marílya Caroline)

[Entenderam a conexão da imagem com a ideia? Pois é.]


Ano novo, título novo e postagens novas. Um feliz 2014 para nós! (Super atrasado, mas tá valendo)

Dois beijos,

Marílya Caroline

Encontrar-se


De repente, você acorda e precisa mudar tudo. Enjoa do cabelo, quer renovar o estilo e mudar a cor das paredes de casa. Do quarto, no mínimo. Seu trabalho já não faz nenhum sentido e as paredes da sala de aula parecem te privar do mundo de descobertas que existe, lá fora. É assim que eu me sinto, nos dias em que achar algo que me motive parece ser como o dever de casa, que a gente trazia da escola. A rotina passa a enjaular os sonhos e a gente sente uma inveja boa (ou não) de quem acorda para encarar o trabalho e não se vê fazendo outra coisa. Mudar faz um bem danado, mas é inquietante não saber por onde começar. De vez em sempre, a gente até se sente criança, sem saber se ser pediatra é melhor que ser astronauta ou se, sendo veterinária, daria para salvar todos os seres indefesos desse Mundo. É, feliz mesmo deve ser quem já conseguiu se encontrar ou, um pouco distante do que chamo de Síndrome de Alice, sabe por onde começar. Viver bem que poderia ser mais fácil. Ser feliz e realizado deveria ser o prêmio de todo aquele que, abrindo mão da zona de conforto, se permitisse tentar. Hoje, eu queria sacudir o mundo. Descobrir o novo, reciclar o velho, esgotar as possibilidades... Me encontrar!

(Marílya Caroline)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Liberte-se!


É preciso saber que levar ou não qualquer coisa adiante depende do quanto você acha que vale a pena. Não é só o bem-estar que vicia. Tem gente que condiciona sua vida ao sofrimento. Há desprazeres que se tornam a desculpa perfeita para a gente acreditar que não existe algo além da página dois. Sofrer nos torna um pouco medrosos e totalmente defensivos. Alguns até bloqueados, eu diria. Tem gente que se blinda tanto que até esquece que felicidade não arromba janela. A gente tem que deixar a porta aberta para ela entrar. Certas coisas são permissão. Sofrer ensina a ser mais forte, educa para ser menos covarde e te convida a recomeçar. E pode ser abrindo mão do que não pode mais prosperar.

(Marílya Caroline)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Espaço Externo: Não vale a pena


Quatrocentos e vinte nove dias e cinco horas mais dois minutos. O que você está fazendo da sua vida? Como se eu tivesse ideia do que eu mesmo estou fazendo da minha. A rotina das minhas retinas escancaram modismos e comodismos. Não era você que ia salvar o meu mundo e mudá-lo radicalmente em três minutos? Até que conseguimos aumentar esse tempo com paciência e desaprovação. Quando a gente vive com muita vontade alguma coisa, a mentira se torna real demais pra que a gente acredite que era só uma mentira. Ela constrói um mundo inteiro como se fosse um castelo de cartas. Prazer, rei de paus. A rainha de copas soprou o castelo, deu meia volta e nos sabotou.

Eu te projetei um pouco. Mas essa confissão a gente só faz depois que já passou uns dias maldizendo e dizendo que a culpa é toda nossa. Existe uma sensação de poder em volta da culpa. A culpa foi minha, logo, não deu certo por minha causa. Eu mantive esse egocentrismo durante todo o tempo e agora eu me vejo nessa posição de controle que é fascinante. Você pode se assustar com a forma com que estou lidando com isso e me chamar de cruel. Mas eu acho que você que era cruel demais. Pelo menos eu quero me lembrar de você assim: cruel demais. Girar a maçaneta com tanta convicção e me dizer que eu matei os seus sonhos. Bobagem. Quem precisa sonhar quando se consegue fingir tão bem que é feliz?

Você precisa de mim. Em todas as suas pinturas havia algo de mim. Esfreguei na sua cara outras mulheres como se elas fossem alguma coisa. Eu sou do tipo de perdedor que mantém um troféu em casa e se vicia em apostas. A maior delas foi você. Eu achava que conseguiria corromper essa sua coisa sonhadora e idealizada. Você era boa demais, sabe… Bonitinha demais, legalzinha demais, boazinha demais. Você tinha um conjunto certo demais. E isso sempre me enjoou em você. Mas cada um de nós pensa que pode mudar o outro para que ele se pareça mais com o que a gente espera. Ela vai conseguir romper isso e ser realista; vai conseguir reprimir o pudor e fazer uma lista; vai se deixar levar por mim e se largar de lado. Eu queria uma mulher feita para deixar de ser. Eu queria você assim: como eu quero. Com toda a intensidade e da maneira que eu acho melhor. Mas, porra! Você tinha que cismar em brincar com a minha paciência e se preencher como uma das suas telas. Eu queria você em branco, sem nenhum rabisco, sem nada, meu bem.

Arte incompleta, mas você tinha talento. Só me provou no final. Mas não importa. Toda mulher precisa de uma lição e que essa lição venha de quem entenda de moldes. Você vai aprender a moldar os seus próximos amores agora. Todo mundo aprende. Basta que chegue a grande decepção amorosa da nossa vida que a gente aprende a ver os outros de uma nova forma. Eu queria discutir com você sobre o seu novo manual de instruções, mas você foi rápida demais. Precisava dizer que era pra você ficar e que a gente podia se destruir junto. Eu sempre gostei desse joguinho de quem fere mais e quem ama menos. Masoquismo puro, meu bem.

É divertido, você vai descobrir isso. Projetei esse parasita dentro de você como um pequeno vírus que vai crescendo cada vez que algum deles chegar perto de você. Eu te programei para sofrer. Isso era o que você estava fazendo da sua vida quando resolveu depositar em mim a sua felicidade. Mas aqui fica a lição que eu tanto quis te ensinar: nenhuma pessoa é lugar de repouso. Tarde demais, meu bem. Você acaba de descobrir que a pena é muito dura para carregar sozinha. Mas, se quiser, eu te ajudo nessa. Se me deixasse falar, eu teria me despedido de vez. Você só virou a chave, virou a cara, virou o mundo e me disse que. É uma pena, mas você não vale a pena.

(Daniel Bovolento)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014


Levar ou não um relacionamento adiante depende do quanto você acha que vale a pena.

(M.C.)

Permita-se!


No final de tudo, você vai perceber que deixou para trás muita coisa que deveria ter permanecido na bagagem. Esquecemos ou preferimos não lembrar que não somos donos do amanhã, nem das voltas que o mundo dá. Nos damos ao luxo de adiar decisões importantes e dizer certas coisas que podem não ser ditas amanhã. Evitamos ou fingimos não saber como tomar certas atitudes, por medo de sofrer ou por apego ao sofrimento. A zona de conforto é o assento dos fracos. É a medalha enferrujada dada a um combatente vencido. Você pode, dia após dia, desejar uma mudança, mas você pode ser a mudança que você quer. Talvez mudar seja várias coisas. Arriscar, crescer, permitir e, acima de tudo, saber que você pode até se privar de certas coisas, mas continuará sem saber qual dessas privações te faria mais feliz ou menos covarde. Ser feliz é mérito de quem é corajoso. É recompensa de quem sabe que o amanhã é incerto, mas não deixa de insistir no hoje. O que mais você vai precisar perder? O que te impede de tentar? Até quando você vai precisar esperar? Você não sabe quanto tempo ainda vai ter. A morte não é o único fim da vida. Você também morre, aos poucos, quando não se permite viver.

(Marílya Caroline)

Não tenha medo. Tenha pressa!


Perdemos. Perdemos muito tempo em função de um talvez... De reticências que parecem ser insistentemente colocadas para prolongar coisas que já deveriam ter tido um ponto final. E, sem perceber, oportunidades escapam. Anos e pessoas escorrem como areia, entre os dedos. Não se deve subestimar o destino, mas pecado mesmo é perder tempo. Quanto tempo você tem perdido? Até onde o orgulho te levou? Talvez até o próximo abismo entre a sua covardia e o medo de ser feliz, antes da triste constatação de que o tempo passou e, deixa eu te dizer, certas coisas não voltam mais. É triste, mas perdemos até a consciência disso. Ser feliz é missão para hoje. Retirar algumas amarras em que nós mesmos nos envolvemos também.

(Marílya Caroline)