quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ele é só mais um cara banal


Ele não é nada além de um tipo qualquer, desses que tem manias esquisitas e medos não curados. Não é o último homem do planeta, nem o mais interessante deles. Ele é apenas aquele carinha disponível, cujo número de celular é o primeiro que a gente pensa quando acha que precisa ouvir a voz de alguém. Ele é o automático que a sua mente insiste em achar que é necessidade. É desses que mentem bem e sabem disfarçar as puladas de cerca. É desses que coloca uma desculpa onde você merecia uma presença. É o dono das palavras ensaiadas, dos gestos previsíveis e das desculpas esfarrapadas. É o tipo "nude" da cartela de cores que o Mundo pode te ofertar. Ele não é o único que pode te fazer feliz, nem tem sido tão empenhado na tarefa de fazer, enquanto estiver contigo. É o dono das mãos escorregadias e do olhar fugitivo. É quem diz que gosta de você e faz pouco para você acreditar que realmente gosta. É aquele que não cuida para que você não vá embora, mas vive dizendo que tem medo de te perder. É o cara que não faria falta se você tivesse outro passatempo, mas o primeiro que você pensa quando não tem nada pra fazer. É o motivo da tuas dúvidas e quem rega as tuas incertezas. É o típico cara acomodado, que se satisfaz com pouco e acha que você também se deixa preencher com o que ele tem pra dar. É o primeiro nome do chat do facebook e o dono do teu "boa noite" e do primeiro "bom dia". É em quem você pensa quando acha que fez errado por se permitir olhar além da cerca em que você mesmo se prendeu. Ele nunca esteve dentro da sua! É ele quem não pergunta se você está bem, quando você espera isso de alguém. É quem não entende sua TPM e não te dá um abraço oportuno. É um cara como outro qualquer, que você elegeu, sem ao menos saber porquê, para fazer parecer que os outros não tem graça. Ele é o dono da venda que você ajudou a colocar em seus olhos. É o desatento que finge uma presença que não te basta. É quem oferta pouco e não merece teus excessos, nem tua devoção. É o tipo de cara que, certamente, não pensa em você com a mesma força e frequência que você o vê em todo tipo de diversão que te convide a sair do casulo. Ele não é o mais especial, nem te faz se sentir assim. É apenas o tapa-buraco da tua carência e o lugar mais cômodo para você depositar tuas fraquezas, bem ao lado da insegurança. É o maquiador das tuas necessidades e para quem você sempre volta, sem ter completado o ciclo. É o dono das tuas primeiras experiências e aquele que você acha, inutilmente, ser o único que irá te satisfazer plenamente. Ele é só um cara como outro qualquer, que tem amigos vazios e uma personalidade influenciável. É do tipo que não assume nada sem pensar, mil vezes, no que passou. É do tipo que pede a opinião dos amigos pra tudo, mas parece não se lixar pra sua. É do tipo que vive preso ao passado, não sabe dar intensidade ao presente e raramente aposta no futuro. É quem ainda não percebeu que pode ser e dar mais do que tem dado. Ele não é o único, nem o detentor de mais qualidades. Não é o tipo de cara que te convence de ser o melhor pra você, mas aquele que você acha que pode fazer um bem que você se nega a receber dos outros. Ele é o cara que, talvez, nunca tenha parado pra pensar na importância que você tem pra ele, mas quem, certamente, sabe da que tem pra você. É o menino que aprendeu a jogar vídeo-game, mas não aprendeu a ganhar na vida. É do tipo que procura uma mãe em toda mulher que conhece. É cheio de vícios e antes fossem cigarro e bebida. É condicionado à modinha dos envolvimentos rasos e das poucas certezas. É quem, talvez, não seja melhor pra você por não ter aprendido a fazer isso por ele. É um cara cheio de medos, disfarçados pela aparência. É quem se esconde atrás de mulher que tem os mesmos medos que ele, mas que ele sabe que não preenche... Também não faz feliz. Ele não é o primeiro homem que você conhece e, se você não se deixar cegar, também não será o último. Ele não é mais foda, nem o melhor, em comparação aos outros. Também não é merecedor de todas essas dúvidas que você mesmo plantou e rega.  Ele não sabe te fazer completa. É apenas uma vírgula, que você  insiste em ver como ponto final. Eu sinto te dizer, mas ele é apenas um cara banal.

(Marílya Caroline)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Metáfora de nós dois


Naquele dia, me convidaram para ir à um lugar que eu sempre tive vontade de conhecer e eu fui. Inicialmente, pensei se não seria melhor recusar. Dizer não é mais fácil do que arrumar malas e repetir o ritual de conferir mil vezes se fechei mesmo as portas e apaguei todas as luzes. Resolvi aceitar num daqueles meus impulsos loucos (aqueles que sempre me rendem algum arrependimento posterior), pautados na esperança de me ver livre do tédio, ao mesmo tempo que eu reconhecia já ter me moldado a ele. Aceitei sair pelo mundo, mas pensei milhares de vezes em voltar. Ver o meu cantinho se distanciar, à medida que eu avançava em direção ao novo me dava uma sensação de que eu não saberia voltar e eu nunca me preocupei com isso. O comodismo arruma sempre um jeito de nos fazer impotentes e, mesmo sabendo disso, eu ainda pensei em pedir pro taxista voltar. Pouco a pouco, fui esquecendo e deixando a neura pra lá. Chegar naquele quarto imenso, me deparar com toda aquela mordomia e a paisagem do lugar me roubou, por alguns dias, a saudade do meu pequeno lar. Enchi os olhos, distrai a mente e ocupei os ouvidos. Tentei arrumar as almofadas, alinhar os quadros e perfumar o ambiente. À noite, parecia mais frio do que meu quarto. Durante o dia, a claridade me impedia de repousar. Estranho perceber que eu sempre tive uma vida itinerante e o sonho de desbravar o Mundo mas, ultimamente pensava, a todo instante, em quando iria voltar. Usei essa analogia pra falar da gente. De alguma forma, não atribuir nomes ou personagens pra estas linhas tornou mais fácil falar da gente e te dizer que, em todas as vezes que eu fugi, foi pensando em voltar. Foi sabendo que você estaria lá. Posso procurar abrigo e calor em outros braços, mas é como ter que dar cor e forma a um lugar que não tem a nossa cara. Mais fácil é seguir a velha estrada e voltar pra casa. Melhor é não ter trabalho de arrumar ou bagunçar algo do zero, se você sabe que tem um lugar pra voltar e ver tudo como você deixou. Na verdade, não é melhor, nem mais vantajoso. É só mais fácil. A gente chama de zona de conforto o lugar onde a gente molda nossa covardia, nosso medo e toda a insegurança que couber nesse espaço que a gente cria pra se refugiar de nós mesmos. A gente chama de hábito o lugar onde a gente afoga todas as possibilidades de conhecer o novo. De certa forma, se privar do Mundo ou sair pensando em voltar pra casa é se afogar num reservatório em que você tem a zona de conforto e o comodismo sufocando a vontade/necessidade do novo. Não é que não gostemos de novidade, é que tomamos a forma do velho e acreditamos que tudo está bem como está. É baseado nisso o meu medo de ir embora. É medo de voltar e não encontrar a casa fechada, os móveis alinhados e a bagunça "organizada". Não é que eu tema não mais te encontrar. Eu tenho medo (e preguiça) de recomeçar. Por isso eu bato a porta, refaço as malas e volto, sempre pro mesmo lugar.

(Marílya Caroline)

quarta-feira, 24 de julho de 2013


O outro não tem a obrigação de ser a metade que lhe completa. Deixe que ele seja o inteiro que te acrescenta.

(Marílya Caroline)

Espaço externo: Balada: diversão ou duelo de egos?


Mais que uma pergunta, um dilema. Após várias saídas desastrosas, você, mais uma vez, se predispõe a sair e tentar conhecer alguém, porém você não faz o tipo de pessoa que acha que o termo quantitativo supre o qualitativo.

Primeiramente, você chega à balada e observa que metade das mulheres estão com um vestido que parece uma toalha enrolada ao corpo, já a outra metade está com uma regata branca, um casaquinho de couro, saia alta, uma bolsa transversal e o insistente 212, mas até aí tudo bem, pois o uniforme faz parte.

Não muito distante disso, você vê alguns homens com uma camisa polo com “número 43” nas costas, barriga saliente e com as mulheres mais bonitas da festa. Alguns gastando dinheiro que não tem, outros gastando por gastar e outros como eu, agora, pensando em como funciona tudo isso…

Nesse instante, por algum motivo, você se sente diferente daquelas pessoas.

Culturalmente instruídos a sempre segurar um copo na mão, seguimos o nosso caminho em busca de algo que, no fundo, não sabemos se realmente faz sentido.

Alguns caras querendo se divertir e outros numa disputa inútil para ver quem é o mais frouxo. Frouxo simplesmente por não conseguir pegar uma mulher só com o papo, por não saber jogar esse jogo de homem pra homem, mas novamente até aí tudo bem, pois cada um usa as armas que tem.

Em meio a tudo isso, me pergunto: onde está a conquista? Cadê o charme, o ato de arrancar um sorriso sincero, de você ficar com a mulher por ter falado a coisa certa na hora certa, sem sensacionalismo? Só acho que as coisas estão perdendo um pouco da graça.

Então, depois de consecutivas experiências dessas, você acaba vendo que o mundo de balada é muito limitado e o mais importante: que o que você tanto procura não está e nem estará ali. De forma alguma estou dizendo que não gosto de balada ou que balada é algo de pessoas “vazias”, mas infelizmente, na maioria das vezes, é isso que eu vejo: mulheres que só querem levantar seu ego e homens que acham que baixar um litro de bebida lhe faz ser o macho “alpha “da festa.

Cada vez mais, as pessoas têm a necessidade de mostrar ser uma coisa que não são e, principalmente, terem seu ego exaltado, agora só falta elas perceberem que isso não leva a lugar nenhum.

Chegamos num ponto chave da sociedade, onde máscaras valem mais do que expressões, garrafas de bebida em cima da mesa valem mais do que apertos de mão e companhias falsas valem mais do que uma conversa sincera com a menina menos atraente da festa.

Por fim, entenda que você pode ser uma pessoa super charmosa, educada, inteligente ou qualquer outro adjetivo, mas, se a outra pessoa não for equivalente, ela não irá perceber o quão valiosa você é.
 


(Frederico Elboni)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Se cuida (e se ama), menino.


Eu deveria cuidar de você, mas resolvi fazer isso por mim, primeiro. Você não saberia lidar com minhas inconstâncias e meus medos de que o nosso "nós" seja uma repetição do que um dia eu vivi, com outro alguém. Era pra gente ser feliz por completo, sem precisar, a todo tempo, ficar se comparando com alguma coisa ou alguém que tenha passado por nossas vidas, num passado distante e sempre recorrente. Era pra você não ter esse medo tolo de que eu jogue teu orgulho no lixo e pise em você, com o salto mais fino que eu tiver. Eu não sou dessas, meu bem. Era pra eu não achar que, a cada minuto que você passa longe de mim, alguma ferida está se abrindo sobre meu peito. Também era pra eu não comparar os outros caras que conheço a você e procurar, em todos eles, teu cheiro e teu jeito. Tanta coisa era pra ter sido diferente que eu até acho que foi bom, sabia?! Para que possa dar certo, e eu quero que dê, nós precisamos nos curar dessa mania de achar que tudo que possa vir é um rascunho do que já passou. Nenhum de nós é criança, nem tão imaturos a ponto de achar que o presente deve compensar o passado ou vingar alguma coisa que tenhamos sofrido. O novo é justamente essa chance de recomeçar e eu espero que você se permita, por inteiro. Eu quero te abraçar e sentir que você também se deixou envolver. Eu quero fazer os nossos planos e ter a certeza de que você também contribuirá para que eles se concretizem. Eu quero que você me veja, não como igual às outras que te magoaram, mas como a única que te ama e te quer bem, nem que eu precise abrir mão de nós pra isso. Eu preciso que você cresça, meu bem. Pra isso, também tratei de me curar. Também cuidei para que estar sozinha fosse uma opção e não mais uma sentença de quem parece não dar certo com ninguém. Pela primeira vez, eu te olhei sem pensar em mim. Te olhei sem te imaginar do meu lado, só para mostrar às minhas amigas que posso renovar sempre o "cardápio". Eu te vi como alguém que não precisa de mim ou de qualquer outra pessoa, mas ainda não entendeu isso. Enxerguei em você todos os medos do mundo, encobertos por essa mania de querer parecer invencível, como se, por uma brecha do teu orgulho, você não deixasse escapar que não é. É por conhecer os teus calos que eu respeito todos eles e cuido, de longe, para que você supere tudo isso, mesmo sabendo que queria estar mais perto. Hoje, meu pedido não é para que você fique. Eu não peço que me aceite, mas que você entenda, de uma vez por todas, que precisa sair do poço em que você mesmo se atirou pra voltar a viver. Se for comigo, beleza. Se não for, eu saberei entender. Meu amor já não é mais cobrança. Hoje, eu só quero libertar você.

(Marílya Caroline)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Invasão


Lutei durante muito tempo para continuar fingindo que nada estava acontecendo, mas você estava ali e eu me vi perdidamente apaixonada por você. Hoje, consigo admitir isso numa boa. De início, soou como aquela sacudida que a gente leva quando está distraída e, de repente, esbarra num obstáculo traiçoeiro. Você desconsertou meu jeito de levar a vida e continua fazendo isso, sem que tenhamos, de fato, algum vínculo que nos permita arriscar sem temer. Você é mesmo o cara mais improvável de todos e talvez aquele que não me chamaria atenção, em outro momento. É desse tipo de gente que chega de mansinho e vai tomando, aos poucos, o espaço que a gente sempre negou aos outros. Você, meu bem, é a primeira pessoa que me fez repensar se continuar chefiando o batalhão dos descompromissados é mesmo uma missão pra mim. O engraçado é que você, a esta altura do campeonato, ainda finge não saber que faz tudo isso, mesmo sabendo que chegou pra devastar toda a calmaria da minha zona de conforto. Talvez eu goste tanto de você por não saber o que esperar do amanhã. Pela primeira vez, alguém não me oferece uma rotina chata e não me deixa na obrigação de dar um status pro nosso sentimento. Você é a pessoa que me prendeu sem mostrar que queria mesmo fazer isso e eu até acho que fiz isso por conta própria. Eu tenho que te dizer mil coisas e ouvir outras tantas, mas as palavras ficaram tão pequenas e vagas que eu chego a pensar que nem precisamos delas. Tudo está bem como está, mesmo que a certeza que eu tinha dos meus dias não se aplique mais a nós dois ou a qualquer coisa que nós possamos entender como tal. Te ter, nos meus dias, é saber que você está comigo porque quer, mesmo que não seja do jeito que eu sempre estive acostumada a fazer parte da vida de alguém e permitir que ela invada a minha. Acho que é mesmo isso de invasão. Quando a gente desencanta do mundo e desiste das intermináveis buscas, alguém chega pra invadir a gente. Não sei se você escancarou a porta ou se me conheceu num momento em que, estrategicamente, eu tinha deixado alguma brecha. O que eu sei é que, desde então, eu não acho que precise de outro alguém adentrando na minha vida, muito menos no meu coração. Cê sabe que o espaço é seu.

(Marílya Caroline)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Feliz e sozinha


Sempre fui do tipo de mulher que achava que precisava de alguém pra ser feliz. Na verdade, deixei de acreditar nisso há pouco tempo. Hoje, se você me perguntar se estou bem assim, responderei que estou. A surpresa é que a resposta vem de dentro e não mais para satisfazer um desejo de parecer indiferente e desapegada. Pessoas que precisam passar essa imagem são carentes e até conseguem enganar meia dúzia de desconhecidos, mas nunca a si mesmo. Deixei de mentir pra mim e aceitei que a vida é muito mais do que andar de mãos dadas. Ser feliz transcende uma mudança de status ou um passeio no shopping, no dia de domingo. Talvez, ser feliz seja mesmo saber que você não precisa de alguém, mas que as pessoas que estão contigo permanecem, mesmo sabendo disso. Ser feliz sozinha é ser feliz pra si e não porque o outro precisa que você sorria o tempo todo, pra se sentir responsável pelo teu bem estar. Ser feliz sozinho é ter a liberdade de fazer escolhas só suas e não entender tudo isso como egoísmo. Com o tempo, você aprende que nem todos os planos só funcionam se forem feitos em par e que boa parte das mulheres bem-sucedidas e felizes, desse Mundo, já sofreram por alguém e prosseguiram. Ser feliz sem precisar de um alguém pra te completar é saber que você é inteiro e que ninguém, senão você, tem a responsabilidade de te proporcionar algo, muito menos felicidade. As experiências dessa vida servem para que você entenda que a tua companhia, por vezes, é mais aconchegante do que dormir de conchinha. Às vezes, condicionamos nossa felicidade a um outro alguém de tal forma que, quando os elos se rompem, nós achamos que nossa vida também está fadada ao fracasso. Estranho é olhar pra trás e não perceber que metade do tempo que você perdeu fazendo drama poderia ser aproveitado de outra forma. Até ontem, eu tinha medo de prosseguir sozinha. Hoje, eu sei que estou apenas solteira e que isso, por si só, elimina qualquer possibilidade de solidão. Não que eu tenha pavor de vínculos ou ache que relacionamentos não são bons. Muito pelo contrário. O que eu quero dizer é que o tempo ensina que a felicidade ao lado de alguém é bom, mas descobrir que você pode (e deve) ser feliz sozinha é magnífico... E totalmente possível. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Opostos


Existem certas coisas que não se cobram, mas que todos os homens deveriam saber. Ao menos era isso que eu esperava de você. Aquele bom dia que soa mais como um "acordei e lembrei de você" é tão importante como você lembrar de perguntar como estou e se importar com a resposta. Eu queria dormir e ter a certeza de que você também destina uns minutos do seu dia pra lembrar de mim. Queria poder não ser a tola que eu acho que sou por gostar de alguém que não segue o mesmo compasso que o meu. Queria poder não fantasiar teus gestos automáticos e fazer de conta de que foram, de alguma forma, especiais. Você é frio, individualista e definitivamente não aprendeu a dar valor a quem te valoriza. Se você não sabe, esse é um dos maiores vacilos que um cara pode dar. Eu não queria ser indiferente e fazer com você a tal da psicologia reversa, mas só queria não pensar em fazer qualquer coisa na intenção de obter uma resposta tua, sabendo que, quando um homem quer, ele arranja uma forma de demonstrar interesse. Você, diariamente, me prova que teu foco não está em nós dois, mas na construção vazia e ilusória de um "eu" que não vê quem está do lado. Ingênua e auto-destrutiva seria eu se não quisesse enxergar essas e outras coisas. Reformulando o que eu disse lá encima, existem certas coisas que uma mulher deve saber e uma dessas é cair fora, antes que o barco afunde ou, se a experiência tiver feito seu papel direitinho, que ela nem ouse embarcar na furada. Você é lindo, inteligente, descolado, mas é tão seu que em nenhum momento você me enxergou e eu não sou mulher de me expôr demais pra conseguir isso. Você é do tipo de cara que acumula tentativas inacabadas pra provar pra si mesmo que não consegue ir além com ninguém e não deve fazer isso, maquiando aquele velho medo que, se tu não sabes, é de que dê certo. Errado já deu. Não vou colocar a culpa na profundidade das minhas investidas, mas na superficialidade do teu interesse. Eu fui até onde deu pra ir e você foi até onde eu dei, literalmente. 

(Marílya Caroline)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Espaço Externo


“Passo cada segundo do meu dia me jurando ser indiferente com você. Você fala comigo, eu cumpro a promessa. Você não entende, pergunta se eu tô chateada e o que aconteceu. Não foi nada. Só tô cansada de você, de nós, de tudo isso. Tô de partida, malas feitas, mesmo você não acreditando. Pra não me cansar mais ainda, paro no ‘Não foi nada’. E você sai, irritado e com um “tchau” que eu odeio mais que tudo. Mas já não importa, tchau pra você também. Afinal, nada pode ser mais difícil do que ficar na situação que eu tô a tanto tempo. Ser indiferente vai ser fácil. Dor é normal, se não for forte, eu já nem sinto mais. Sempre te tratei melhor que todos os outros, e o que você faz que te torna melhor que eles? Seguindo essa lógica, teria o direito de te tratar até mal. Mas não sou assim, uma pena. Acontece que agora eu não dou mais o meu melhor pra quem me dá pouco. Não corro atrás de quem não dá um passo por mim. Não faço festa quando alguém que sabe que eu tô louca de saudades e não move um dedo pra me ver, vem numa droga de chat e fala “E aí”. Te acostumei muito mal, mas agora vou desacostumar. Porque meu medo de te perder, virou meu objetivo, então nada me prende. E se ir te matando aos poucos levar um pedaço de mim, que leve. Porque a dor de você na minha vida me afeta inteira e eu não aguento mais.”

(Tati Bernardi)