quarta-feira, 24 de julho de 2013

Espaço externo: Balada: diversão ou duelo de egos?


Mais que uma pergunta, um dilema. Após várias saídas desastrosas, você, mais uma vez, se predispõe a sair e tentar conhecer alguém, porém você não faz o tipo de pessoa que acha que o termo quantitativo supre o qualitativo.

Primeiramente, você chega à balada e observa que metade das mulheres estão com um vestido que parece uma toalha enrolada ao corpo, já a outra metade está com uma regata branca, um casaquinho de couro, saia alta, uma bolsa transversal e o insistente 212, mas até aí tudo bem, pois o uniforme faz parte.

Não muito distante disso, você vê alguns homens com uma camisa polo com “número 43” nas costas, barriga saliente e com as mulheres mais bonitas da festa. Alguns gastando dinheiro que não tem, outros gastando por gastar e outros como eu, agora, pensando em como funciona tudo isso…

Nesse instante, por algum motivo, você se sente diferente daquelas pessoas.

Culturalmente instruídos a sempre segurar um copo na mão, seguimos o nosso caminho em busca de algo que, no fundo, não sabemos se realmente faz sentido.

Alguns caras querendo se divertir e outros numa disputa inútil para ver quem é o mais frouxo. Frouxo simplesmente por não conseguir pegar uma mulher só com o papo, por não saber jogar esse jogo de homem pra homem, mas novamente até aí tudo bem, pois cada um usa as armas que tem.

Em meio a tudo isso, me pergunto: onde está a conquista? Cadê o charme, o ato de arrancar um sorriso sincero, de você ficar com a mulher por ter falado a coisa certa na hora certa, sem sensacionalismo? Só acho que as coisas estão perdendo um pouco da graça.

Então, depois de consecutivas experiências dessas, você acaba vendo que o mundo de balada é muito limitado e o mais importante: que o que você tanto procura não está e nem estará ali. De forma alguma estou dizendo que não gosto de balada ou que balada é algo de pessoas “vazias”, mas infelizmente, na maioria das vezes, é isso que eu vejo: mulheres que só querem levantar seu ego e homens que acham que baixar um litro de bebida lhe faz ser o macho “alpha “da festa.

Cada vez mais, as pessoas têm a necessidade de mostrar ser uma coisa que não são e, principalmente, terem seu ego exaltado, agora só falta elas perceberem que isso não leva a lugar nenhum.

Chegamos num ponto chave da sociedade, onde máscaras valem mais do que expressões, garrafas de bebida em cima da mesa valem mais do que apertos de mão e companhias falsas valem mais do que uma conversa sincera com a menina menos atraente da festa.

Por fim, entenda que você pode ser uma pessoa super charmosa, educada, inteligente ou qualquer outro adjetivo, mas, se a outra pessoa não for equivalente, ela não irá perceber o quão valiosa você é.
 


(Frederico Elboni)

Nenhum comentário:

Postar um comentário