domingo, 18 de novembro de 2012

Emboscada


Bateu saudade. E agora? Não sei o que fazer com os números que se cruzam e com as palavras que insistem em vir à tona, como uma música que gruda e não quer mais sair da mente. Você fez mais ou menos assim. Concordo que você tinha todo o direito de ir embora, quando quisesse, mas precisava me deixar com tanta saudade assim? Eu sei que meu orgulho bobo me impede de discar teu número e descarregar essa e outras coisas não ditas, mas você também sabe disso, portanto deveria colaborar. Só não aprovo essa tua mania de querer aparecer quando quer ou quando eu insisto em achar que estou refeita. Discordo desse teu jeito de se achar dono do Mundo e o queridinho das mulheres, pois você não é. Eu não quero ser teu consolo, quando uma delas não te quiser, ou teu programa daquele domingo chato, onde só sobre o futebol que não é do time que você torce. Eu quero mais! Eu sei que sou muito mais do que uma falta, que você insistiu em deixar no lugar dos nossos momentos, tão sagrados e lindos. É por essas e outras que a minha saudade não me deixa ir até você, pois eu aprendi que sozinha dói menos. Com você, eu tinha alguns sorrisos. Mas sem você, a coisa aperta. E o coração tá calejado demais para eu ter que espremê-lo de novo. Não foi a primeira vez e nem vai ser a última. Quando eu sentir que estou me apegando, você vai embora ou eu mesmo me encarrego que vá. Sentimentos são armadilhas e eu não quero mais sujeitar meu coração à emboscadas. Você, não mais.

(Marílya Caroline)

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