sábado, 3 de novembro de 2012

Tudo o que nunca disseram sobre o amor


Não é que falte amor. Falta quem saiba amar ou sobra quem tem preguiça de sofrer, como eu. Talvez o amor seja tão clichê e instantâneo porque ele já vem pronto. Uns até vem congelados, prontos pra "consumo". Que graça tem em repetir a façanha de príncipes e princesas, frutos de um utópico Reino Encantado? Talvez, se nos ensinassem a história inversa, houvesse mais empenho em melhorar o que já existe. Crescemos ouvindo falar de um "felizes para sempre" que não ultrapassa as páginas dos livros infantis. O amor deveria ser ensinado como ele é, para que as pessoas tivessem vontade de aperfeiçoá-lo. O amor é isso: realidade. Lágrimas, desentendimentos bobos, desencontros e imperfeições não cabem nas nossas idealizações, mas são cobrados em nossa vida. Desacreditamos de muitas coisas por elas não serem tal como nos foram contadas. A menina quer ser a Cinderela, mas não quer calçar os sapatos da realidade. É por isso que o amor fracassa. Não sentimos prazer em reinventar as historinhas fantasiosas e pouco verdadeiras que nos contam. O dia-a-dia é bem mais preto e branco do que os contos da Disney e eles são os primeiros referenciais da criança. O problema é quando a criança cresce e não abandona as fantasias. É por esperar por príncipes e princesas que nós acabamos sentenciados a viver o lado negro da história. O amor vai se perdendo ou ficando pra outra página do livro, que sempre começa, mas quase nunca termina. Não estamos aptos a encarar as cobranças da vida, tampouco aceitar que o que nos contavam para dormir, posteriormente, necessitaria de um convite para acordar. Acordar do sono profundo em que nos induziram a achar que o bem sempre vence, os casais sempre se encontram e  a bruxa é sempre a pessoa má. O que nunca disseram sobre o amor é que muito mais do que crer, falta gente pra amar.

(Marílya Caroline) 

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