terça-feira, 4 de setembro de 2012

ESPAÇO EXTERNO



"Eu vinha crente que não precisava mais disso. Disso: caneta, papel, calmante e pijama. Dancei muitas músicas e ri de mim mesma. Aquela que se repete. Eu. Eu mesma: corpo e cabeça cheia de cabelos. Meu cérebro está empapado, do tamanho de uma barata. Quando vou ao banheiro e olho-me no espelho. Quase acredito ser uma boa atriz. É tudo mentira! Um batom, um perfume e vestidos me levariam ao shopping. A um bar. A um beijo. O problema é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente. O problema é que sou tola e carente, mas não me deixo enganar, se eu pudesse pedir um só pedido seria: pára! Pára esse carro em minha cabeça! Quero descer, estacionar, bater num poste. Não mais delirar, nem sentir no corpo esse seguir sem descanso, atrás de sutilezas que não podem ser descritas..."

(Fernanda Young)

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