sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Incógnitas


Tenho tentado zelar por mim todos os dias, só para ter a certeza de que um de nós não esqueceu a promessa feita: cuidar um do outro. Você se foi e eu fiquei, tentando me apegar ao resto do perfume que ficou na roupa e às poucas lembranças que me libertavam do medo do escuro. Você foi embora e apagou as luzes, mesmo sabendo que eu tinha medo de não ter um pingo de esperança de te ver voltar e dizer que tudo não passou de uma brincadeira. Ainda é complicado sorrir e fingir que tudo está bem, quando alguém ainda ousa perguntar o porquê de não estarmos juntos. Vencida, mas não conformada, eu respondo que foi uma escolha tua. Você me culpou por saber demais o que eu queria e te sufocar, enquanto eu justifico a tua dificuldade em se posicionar, diante de qualquer coisa. Sobraram interrogações, mágoas e reticências onde eu quis imprimir coisas boas e bobas. Faltaram fins de semana, beijos e conversas pra tomar o lugar de todas essas lembranças que melhor seriam se não tivessem existido. Você poderia ter me presenteado com a invisibilidade e eu não teria que suportar o fato de te ver e não ter um abraço, um conforto ou uma certeza: mesmo que o dia fosse ruim, você seria o motivo do meu sorriso aliviado. Que sentença é essa? Teria, eu, nascido para viver sozinha ou você para nunca ser meu bem?

(Marílya Caroline)

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