quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ainda dá para acreditar no amor?


O amor continua intacto e belo, como sempre foi. O erro está na nossa mania de personificá-lo. As relações humanas, cada vez mais fragilizadas, determinam o nosso contato superficial com o outro. Não nos permitimos amar além do que os nossos olhos vêem. Mergulhar é difícil, ainda mais se é na vida e no interior do outro. Pecamos por não conhecê-los o bastante, mas nos apressamos em atribuir significados à essas pessoas. Logo, o carinha de bom papo e menina bonita passam a ser o amor da nossa vida, fazendo com que nós criemos uma história antes e depois deles. Não estamos prontos para firmar os nossos vínculos e é normal que eles se rompam quando a rotina cobra algo a mais. É por sede demasiada que a fonte seca. Não a do amor, mas a da atração. Repare em quem faz isso várias vezes ao ano. Como amar por estações? Certamente, não é amor. Ter um alguém do lado, nem que seja para alterar o status na rede social, reflete uma insegurança nossa de ficarmos a sós com a solidão. A presença do outro não pode, em hipótese alguma, ser mais prazerosa do que a nossa. Eu acho que ainda dá para acreditar no amor, o que não altera o fato de que muita gente não sabe amar.

(M.C.)

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