terça-feira, 7 de agosto de 2012

Sou mais eu!


Cheguei ao auge dos meus 18 anos e não conheci ninguém interessante. Os últimos dois anos serviram para que eu entrasse em acordo para quem atribuir a culpa: os homens ou eu. Nunca encontrei as repostas. Inicialmente, achei que fosse culpa deles. Eles eram imaturos demais, novinhos demais, escorregadios demais e eu não estava apta a alimentar mais uma ilusão na minha vida. De tanto se repetir, já estava virando mesmice e eu odeio isso. Odeio também o fato de todas os carinhas que me interessaram por mais de 15 minutos cultivarem o péssimo hábito de estragar tudo aos 20. O tempo foi passando e eu cheguei a pensar que o problema era eu. Desconfiança tinha se tornado o meu sobrenome e ironia o primeiro. Nenhum homem conseguia (ou aguentava) passar muito tempo ao meu lado. Minha acidez afastava tanto quanto a minha intensidade. Poucos sabiam rir das minhas piadas sarcásticas e entender as minhas ironias. Deles ou minha, a culpa não encontrava um lugar certo para ficar e acabou traçando o meu destino. Eles foram se afastando e eu consegui a façanha de me afastar mais ainda. Fiquei incrédula, fria e indiferente demais para ser alcançada por alguma mentirinha. Vez ou outra, elas até serviam para me arrancar boas risadas ou como assunto entre minhas amigas, que partilham do mesmo destino que eu. Teria sido a minha sina viver na solteirice ou falta de habilidade deles em me manter interessada? A esta altura do campeonato, desvendar o mistério já não importava tanto quanto antes. Aprendi a ficar só, mesmo rodeada de tanta gente que não entende a minha opção de ficar sozinha. Homem tem, é verdade. O que falta é o interesse de acreditar em qualquer palavra bonita só para expôr fotos no facebook ou andar de mãos dadas. Para merecer estar ao meu lado, tem que fazer mais que isso. Tem que ser muito HOMEM, só para variar um pouco a minha coleção de moleques. E isso, reconheçam, não é todo homem que faz.

(Marílya Caroline)

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