segunda-feira, 8 de abril de 2013

Fim


Saudade não é mais motivo pra eu te chamar de meu amor e pedir para que você volte. É tarde, meu bem. Em outra época, você teria voltado sozinho, nem que fosse para me roubar o último beijo esquecido. Tenho certeza que você ainda conhece o caminho. Nós sabemos que nada está como antes. Eu me afoguei na rotina agitada do trabalho e você se empenhou em descobrir novos bares e desenterrar velhos amigos. Nos perdemos, é verdade. Vez ou outra, ainda me pego lembrando dos sorrisos sem motivo, causados por tuas surpresas bonitas. Lembro do quanto éramos imbatíveis em completar um ao outro, mesmo sabendo que isso não acontecia, de fato. Devo ter vacilado em alguma coisa, eu sei. Eu e você não poderíamos ter acabado assim, com tanto remorso, mas você deve saber que é apenas uma forma de dizer que poderia ter terminado com uma conversa, um acordo ou com um beijo. Eu queria que nem tivesse terminado, mas foi assim. Deixamos nos levar por coisas bobas e vagas. Deixamos, em algum momento, de dizer ao outro o quanto era importante aquela companhia. A ligação de boa noite virou rotina e o amor entrou na tal zona de conforto, em que nos acomodamos, certos de que não haveria fim. Vez ou outra, ainda leio suas mensagens e sorrio, na certeza de que nada foi em vão, mas o tempo passou. Quem errou esqueceu de vir pedir desculpas e a reconciliação perdeu a força. Nós perdemos o jeito. O amor ficou pra um "depois" que não veio e o ácido lento do tempo corroeu o que nós juramos nunca ter fim. Não é triste, meu bem. É só a constatação de que nós terminamos, mas a vida continua. A minha segue, apesar e mesmo sem você. Acabou.

(Marílya Caroline)

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