Você pode me julgar por uma palavra dita e eu te entenderei pelo teu silêncio. Trabalho, em você, o dito e decifro o que ficou engasgado. Meu dever é ver o que há nas entrelinhas e ouvir os gritos silenciosos que não ecoaram. Teus olhos dizem mais do que tua boca. O jeito com que me encaras conhece mais vocábulos do que tua língua. E és ferino e dócil, ao mesmo tempo. És o que dizes, o que fazes e mais ainda o que silencias, por medo ou covardia de ser, para mim, o que você ainda não admitiu ser: você. Você esquece, mas eu te conheço.
(Marílya Caroline)
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