sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Amor fora da validade


Bem que eu poderia dizer mil coisas. Até acho que teria sido melhor, sabe?! Pena que ficaram engasgadas, junto a muitas verdades não ditas e mentiras ensaiadas. Acabou a vontade de te dizer o que eu não disse, seja por medo ou comodismo. Falei demais e você poderia ter se agarrado ao dito e não dito, principalmente. Meu amor é feito de silêncio e você bem que poderia ter se encaixado nos espaços. A minha vida tá uma bagunça, mas eu me preocupei em deixar todas as pistas. Você quem não quis seguir. Você quem errou a rota e desviou para onde eu te perdi. Meus pés cansados não suportariam seguir teus passos e nem sei se você me esperaria, em algum lugar. Não deu, né?! Pouco importam as minhas palavras e confissões culposas. Parece mais alemão, hebraico ou coisa do tipo: você não entende... nunca entenderia. É uma pena. Eu até achei que a nossa química funcionasse mais do que funcionou, mas as coisas só ficam claras quando a gente permite que fiquem. Foi tão banal que ficou esquecido. Nem mesmo a nossa música me arrepia, quem dirá você, que eu nem sei por onde anda?! Lembro dos dias em que fizemos planos e de você beijando a minha testa. Nem sei se era respeito ou o início do nosso fim. Nos perdemos entre promessas, passado e medos. Você sem saber pra onde ir e eu querendo te arrastar por onde eu fosse. Ingenuidade minha achar que você me acompanharia por muito tempo. Espero que você esteja bem, de verdade. Não do jeito que eu te faria, mas razoavelmente bem. Sei também que você não deve ter mudado muito. Eu quem mudei, sabe?! Deixei de impôr tua presença e passei a notar a minha. Quando as coisas ficam muito sombrias e nenhum abraço substitui o teu, eu me permito ter uma saudade boa. Mas saudade não quer dizer querer de volta. Estamos bem onde estamos. Você no meu passado bonito e eu no meu presente merecido. 

(Marílya Caroline)

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