quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Espaço Externo



Para escrever tem que ter disciplina. Escrever não é inspiração divina ou coisa parecida. A gente sofre da Síndrome da Página em Branco. Te julgam, criticam, azucrinam. Escritor é uma criatura estranha. A gente não enriquece, não é uma vida glamourosa, dá muito trabalho e dor de cabeça. A gente acaba virando um solitário, agarrado nas palavras para não sufocar. E dói. Dói porque é necessário colocar pra fora coisas que a gente queria esconder. Dói porque os outros acham que a gente é aquilo que escreve. Dói porque nem sempre entendem o teu texto, a essência da tua página cheia de letras. D.Ó.I

Para escrever tem que ler. Ler muito. Ler jornal, revista, livro. Ler aquilo que a gente não gosta. Tem que observar os outros. E os nossos silêncios. Para escrever tem que entender que um blog não é diário. Não é a tua vida entre as linhas. São vidas inventadas, é ego, id, superego. É a vizinha, a mãe, a filha, a irmã. É o desconhecido. É o espelho, é o fundo, é o avesso.

Para escrever tem que entender que ter um blog não é ser escritor. É saber que o caminho é difícil, cheio de lama, areia movediça e limo. E mesmo assim sentir que vale a pena. É abrir mão, é fazer sacrifício, é seguir a intuição, o instinto. É sangrar. E se recompor. É entender que ninguém te ajuda, ninguém dá a mão, ninguém dá auxílio.

Como eu comecei a escrever? Escrevendo. Lá pelos sete anos. Eram cartas, bilhetes. Coisas profundas. Cresci e fui me aprimorando. Melhorando. Evoluindo. Escrevia em blocos, cadernos e ficava tudo na gaveta. Em 2005, resolvi abrir as gavetas e criar um blog. Ele começou a ser lido, acessado. Eu comecei a gostar de ser lida. E comecei a escrever mais e mais. Não tenho parente famoso, não sou casada com celebridade, tampouco sou milionária. O blog foi uma ferramenta de divulgação.

Briguei com muita gente pelo que eu queria. Só não briguei comigo mesma. Pra escrever eu precisava da minha melhor amiga. E ela sou eu. Fui atrás dos meus objetivos, mesmo o mundo achando que não ia dar certo. Fiquei até contra meus pais, pois eles queriam que eu terminasse logo a Psicologia. Mas desisti. Fui para o Formação de Escritores e Agentes Literários, na Unisinos. Me formei. Antes disso, comecei a trabalhar com redação publicitária.

Como publiquei o primeiro livro? Coloquei meu original embaixo do braço e bati na porta das editoras. Assim mesmo. Sem indicação, sem amigo influente, sem nada. Procurei editoras no Google. Mandei emails, fui na cara dura mesmo. Enviei originais pelo correio. Recebi muitos nãos. Passei dois anos recebendo nãos. E eles me deixaram mais forte. 

Em 2010, lancei Um Pouco do Resto por uma editora que trabalha com impressão sob demanda. Em 2011, lancei O amor é poá. Publicação independente. Em 2012, lancei Para todos os amores errados pela Editora Gutenberg. Tenho mais projetos. Faço freelas. Me dedico 100% aos meus livros, textos, ao clarissacorrea.com, à minha coluna Confusões e Confissões, àColeção Clarissa Poá e a outros projetos que ainda não posso divulgar. 

Não é fácil. Mas foi isso que escolhi. Faço com amor. E sou da opinião clichê ao cubo que se a gente faz com amor vale a pena. E valeu, vale e valerá.

(Clarissa Corrêa)

Posso dizer? Sou fã! Além dos pensamentos e do "jeito" de escrever, ainda temos a Psicologia em comum. Espero, um dia, chegar onde você chegou! #diva #babomesmo #inspiração

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