segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Des[abafo]



Eu poderia retribuir com a mesma moeda tudo aquilo que já recebi, nesta vida, mas não. Isso não melhoraria o meu dia e me igualaria a cada um deles. Resolvi fazer diferente. Sempre acreditei que nós damos muito do que somos e, por esse motivo, sempre procurei entender e perdoar quem não foi capaz de me oferecer mais do que isso. Continuo oferecendo um sorriso a quem me magoa, não por querer parecer forte, mas por saber que é o melhor de mim que devo ofertar ao outro. Se não recebo, entristeço, não por ter esperado muito dos outros, mas por constatar que nem todo mundo tem o coração bom e a alma farta. Quando alguém me atinge, não sou eu quem perde. Quando dou além do que recebo, não saio em desvantagem. Aprendi que devemos sorrir quando alguém nos machuca e silenciar. Aprendi que devo ignorar todas as tentativas frustradas que o outro esboça para me atingir. É assim que eles mesmos percebem que mal algum abala quem tem muito amor no coração. Se dei e você, por algum motivo, não recebeu, quem fica mais pobre não sou eu. É com flores  e gentilezas que acolho os que estão ao meu lado e com silêncio e oração que dou o troco a quem, inutilmente, ousa ferir o meu coração. É de amor e paz que o blindei. É de rancor, imaturidade e falta de Deus que carregastes tuas armas. Nada poderá me atingir. Todas as vezes que, sem sucesso, você ousar me fazer algum mal, silenciarei. É a prova de que isso voltará para você, mas não da mesma forma que foi lançado. Para todo veneno, há um antídoto. Para toda pergunta, há uma resposta e para todas as outras coisas, o tempo. O fiz como meu aliado. Foi ele quem me ensinou a devolver indiferença, quando recebemos ingratidão. Foi a vida quem me ensinou a tratar com gentileza os que agiram com grosseria e com compaixão aqueles que, ao invés de amor, resolvem plantar ódio, vingança e rancor. Minha oferta em demasia não me deixa mais pobre. As mãos que não suportam a oferta é que são o reflexo da mendicância. Todas as vezes que tentares me ferir, não é de mim que jorrará sangue. É a vida quem se encarrega das lições. Quem perde não sou eu, não se deixe enganar. Não é da minha boca que saem as respostas para quem tentou me machucar. Aprendi a deixar essas e outras coisas nas mãos de Deus. A vida sempre cobra de quem tem que pagar.

(Marílya Caroline)

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