quarta-feira, 13 de junho de 2012

ESPAÇO EXTERNO: A um certo estranho.


Se vier na minha porta, e não quer perder a viagem, bata, toque a campainha. Ao invés de apenas buzinar, na intenção de que eu saia correndo, como quem já estivesse esperando, pois não estou. Estou distraída aproveitando minha nova casa, como só eu poderia aproveitar! Caso seja convidado a entrar, limpe bem os pés, sujos da lama do passado e espane bem a poeira, das indecisões, de sua roupa. Faço essas exigências porque custou caro essa reforma, feita por um arquiteto muito solicitado e dificilmente disponível, o amor próprio. Para isso tive que ter em poupança uma grande quantia de orgulho, desapego e disposição. Seja uma visita agradável, quem sabe assim eu te convide a me visitar mais vezes, ou até a fazer parte da minha rotina? Caso isso não aconteça, não há problemas, de algo sua visita nos serviu. A você como um exemplo de como se portar nas próximas casas que fores visitar, e a mim, como anfitriã, uma experiência de como saber quem convidar para entrar e como receber tal visita. No mais, eu lhe agradeço a visita e peço perdão pelo clima gelado do ambiente. É que, embora a casa tenha passado por reforma, o climatizador não pode ser trocado. Quebrou, e só se mantem a 3° C. Eu posso conserta-lo, mas para isso preciso de um certo tipo de ajuda, de uma pessoa competente. Mas enquanto não aparece quem tenha tamanha qualidade, vou aproveitando minha casinha nova com clima europeu.

(Heloisa Bezerra)

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