sábado, 21 de julho de 2012

Um dia, alguém vai te dizer...


Senta aqui, comigo. Me fala das tuas dores e por onde você tem andado. Conta para mim os segredos que muitos não quiseram ouvir. Sonha comigo os sonhos que fizeram você desistir de sonhar. Senta aqui, não tenha pressa. Eu prometo demorar, na tua vida, mais que um momento. Confie em mim, certa de que eu não usarei o que você me disser contra você, no futuro. Me olha nos olhos. Que medo é esse que você tem de encarar as pessoas? Que medo é esse que te invadam e te conheçam? Senta aqui e conta dos teus projetos mais bonitos. Terei tempo para ouvir os teus medos e ombro para que você derrame as lágrimas que você tem guardado. Fala para mim o que há tempos você vem engolindo. Me conta o que você quer ser, quando crescer. Eu sei que você ainda é uma menina. Peça um drink, um suco ou até um chá. Não tenha pressa de fugir dos meus braços como  quem foge da cruz. Diferente dos outros, eu não vim para roubar algo de você. O que vim fazer vai muito além disso, mas você precisa dizer que sim. Eu sei que é pedir muito. Eu sei que você não abre as portas da sua vida tão facilmente e eu não estaria aqui, insistindo em bater, se você fosse diferente. Eu me encantei pela tua beleza que ecoa de dentro. Eu também sei que você está desenganada por ninguém notá-la. Já te disseram que seus olhos são lindos? Aliás, não há o que não seja lindo em você. Admiro o teu silêncio, o teu jeito suave de gritar "me salve desse mundo incrédulo" a cada vez que você me olha e, como quem tem medo de algo, desvia o olhar para baixo. Eu sei que é mais confortável ficar onde muitos te fizeram acreditar que é o teu lugar. Não é bem assim, menina. O que venho falar tenho confirmado desde que te vi. Não te seguiria até aqui se você não tivesse me encantado. Eu não dedicaria horas e horas do meu dia para aprender o teu repertório de músicas favoritas se não quisesse cantar contigo muito mais do que as melodias conhecidas. Eu cheguei, na tua vida, para fazer rima. Eu não te peço muito. Senta aqui e ouça o que eu tenho a te falar. Permita que eu me aproxime e que, acima de tudo, eu tenha espaço para ser o   homem que você pensou que nunca ia conhecer. Vim te oferecer um pacote: um "eu" cheio de defeitos e imperfeições acompanhadas de algumas qualidades. Um jeito meio sem jeito de querer me aproximar de quem, desde o início, me fez mudar o rumo. Um cara, criado pela noite e educado pela vida,  disposto a ancorar no teu porto. Um alguém disposto a mergulhar nas profundezas da tua vida. E  só um pedido: me dê a mão. Me diz qual é o melhor caminho para chegar ao teu coração...

(M.C.)

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